buy spy app
android spy txt
spy soft
spy text
cialis for sale
viagra mexico

forumsobremaconha2 banner

 

 

 

Ministro Osmar Terra participa do Fórum sobre a Maconha

 

 

A ação do Conselho Federal de Medicina (CFM) de debater as consequências do uso da maconha foi elogiada pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, que participou na manhã do dia 28 de março, na sede da autarquia, em Brasília, da abertura do “Fórum sobre a Maconha – causas, consequências e prevenção”, promovido pela entidade nos dias 28 e 29. “É uma satisfação saber que o CFM traz o tema para o debate. E tenho certeza que vai se posicionar a partir de evidências científicas. Estamos falando de uma epidemia que está despedaçando milhões de família”, argumentou o ministro na mesa de abertura.

Em sua fala, o presidente do CFM, Carlos Vital, argumentou que a maconha não é uma droga inofensiva e que são vastas as evidências científicas de que o uso precoce da droga provoca o uso crônico e abusivo, além da dependência. “Acreditamos que é nossa missão informar e conscientizar a comunidade médica e científica, bem como educadores, legisladores, gestores e o público em geral, sobre o tema. Assim, esperamos que este Fórum possa contribuir com este propósito e que os debates aqui conduzidos aprofundem a reflexão e a conscientização dos brasileiros sobre os riscos do consumo de maconha e a importância de sua prevenção”, afirmou Vital na abertura do Fórum.

Também presente na mesa de abertura, o 1º vice-presidente do CFM e coordenador da Comissão para o Controle de Drogas Lícitas e Ilícitas, Mauro Ribeiro, elogiou o trabalho do colegiado, “que tem realizado um trabalho brilhante”. Ribeiro adiantou que os debates a serem realizados nesses dois dias vão nortear a posição do CFM sobre o uso medicinal da maconha.Participantes fizeram muitas perguntas aos palestrantes.

Debate – “Maconha: aspectos históricos, sociais, legais e epidemiológicos”, foi o tema da primeira mesa redonda do Fórum. O primeiro palestrante, Mário Sérgio Sobrinho, procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, falou sobre a visão jurídica acerca do consumo da droga. Após explicar como a legislação brasileira diferencia o traficante do usuário, Sobrinho defendeu a justiça terapêutica, que é quando é oferecido tratamento para o usuário e sua família. “Temos feito isso em São Paulo e obtido excelentes resultados”, relatou.

Já o professor titular da Faculdade de Medicina da USP Valentim Gentil Filho, responsável pelo tema “A maconha causa lesões irreversíveis no cérebro? Mitos e fatos”, relatou a sua experiência no tratamento de pessoas que tiveram a esquizofrenia desencadeada a partir do uso da maconha. “Pesquisas científicas mostram que pelo menos 12% dos casos de esquizofrenia são desencadeados pelo uso da maconha”, explicou.


Assim como outras drogas, a maconha produz dependência e prejudica o indivíduo e a sociedade. Essa foi a conclusão da palestra “A maconha causa dependência? Qual é o impacto do consumo de maconha no Brasil e no mundo?”, proferida pelo psiquiatra Carlos Salgado. “Os usuários têm síndrome de abstinência e são de difícil tratamento. Não é possível o consumo controlado”, afirmou. 

Apresentando dados do consumo da maconha em outros países e as políticas de controle realizadas pelos governos, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, foi o responsável pela palestra “A maconha e o papel do Estado: política nacional de combate às drogas até o momento”. “No Uruguai, após a liberação do uso da maconha, os homicídios aumentaram em 35%, assim como o consumo de outras drogas”, destacou. O ministro adiantou que o governo deve editar em breve uma portaria que vai reformular o atendimento aos usuários de droga. “Temos de tirar as drogas da rua e tratar melhor os usuários e suas famílias”, defendeu. Após as apresentações dos palestrantes, houve um rico debate, com intervenções de médicos, advogados e da sociedade civil.

O Fórum continuou à tarde, com as mesas redondas “O consumo de cannabis é inofensivo à saúde humana? Evidências científicas nas especialidades médicas” e “Prevenção no uso da maconha na infância e na adolescência: é possível prevenir?”.
 

 

CFM debate interface entre o uso da maconha e especialidades médicas

 

Na segunda parte do Fórum sobre a Maconha, promovido pelo CFM nos dias 28 e 29 de março, em Brasília, foi realizado um debate sobre os efeitos do uso do psicotrópico em especialidades médicas como pediatria, pneumologia e psiquiatria. No início da mesa redonda “O consumo de cannabis é inofensivo à saúde humana? Evidências científicas nas especialidades médicas”, o moderador, conselheiro federal Sidnei Ferreira, esclareceu que o CFM tem o papel de mediar a discussão, “ouvindo todos os lados”.

O primeiro palestrante da mesa foi o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, que mostrou aa visão da psiquiatria sobre o uso da maconha. “Os jovens usuários têm mais dificuldades para terminar o ensino médio e poucos concluem a faculdade. Também ganham menos e têm menor empregabilidade, além do perigo de desencadearem surtos psicóticos”, afirmou. Segundo o psiquiatra, a legalização da droga no Colorado dobrou o número de usuários em um ano. “É fato, a facilidade de acesso aumenta o consumo, principalmente entre os adolescentes”, denunciou Laranjeira.

Para a psicóloga Maria Alice Fontes, responsável pelo tópico “Efeitos neuropsicológicos ao longo da vida”, o usuário da maconha apresenta problemas de memória operacional, perda de QI e de controle inibitório e falta de atenção, entre outros problemas. “Mesmo após o fim do consumo, os efeitos continuam”, argumentou.

Um dos autores da cartilha “A tragédia da maconha – causas, consequências e prevenção”, editada pelo CFM, o médico Alberto Araújo falou sobre a visão da pediatria acerca da droga. “O jovem que fuma maconha tem seis vezes mais possibilidade de não concluir o ensino médio”, afirmou. Segundo o médico, há hoje uma banalização do termo maconha medicinal. “E quanto menos o jovem achar que a droga é ofensiva, mais ele vai se expor ao risco”, criticou. 

A visão da pneumologia e da clínica sobre a maconha foi apresentada pelo presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, José Miguel Chatkin. “Quem fuma maconha faz inalação profunda e a maior apneia que pode, o que vai afetar o sistema respiratório”, afirmou. 

Combate - A “Prevenção no uso da maconha na infância e na adolescência”, foi o tema da terceira mesa do Fórum. O primeiro palestrante foi o fundador da ONG Freemind e diretor da International Society of Substance Use Professionals, Paulo Martelli, que falou da sua experiência no atendimento a dependente químicos e falou sobre a importância da mídia no combate às drogas. Em seguida, a membro da Comissão para Controle de Drogas Lícitas e Ilícitas, criador do programa Dr. Bartô e também um dos autores da cartilha sobre maconha editada pelo CFM, João Paulo Lotufo, falou sobre a necessidade de se prevenir o consumo da maconha entre os jovens. “Países tolerantes com a droga, como a Holanda, estão fechando seus coffee shops. E fazem isso porque concluíram que ela não é boa. Afeta a produtividade dos jovens e, consequentemente, do país”, defendeu.

A professora do departamento de medicina preventiva da Unifesp, Zilá Sanchez, também defendeu ações preventivas. “Nos Estados Unidos foi provado que a cada um dólar investido em prevenção, economiza-se 18 dólares em tratamento”, comentou. Para Zilá, a prevenção deve conter ações universais, seletivas e primárias. “Temos de redobrar nossos cuidados, pois hoje há uma diminuição, entre os jovens, da percepção dos riscos da maconha”, alertou. A última palestrante da mesa foi a terapeuta ocupacional e professora da Universidade de Brasília Andrea Galassi, que falou sobre sua experiência no Centro de Referência sobre Drogas e Vulnerabilidades Associadas, que atende adolescentes em conflito com a lei. “O consumo de drogas é mais um problema entre tantos que enfrentam, como violência doméstica, rompimentos familiares e abandono na escola”, relatou. Para Andrea, a educação tem um papel fundamental nos trabalhos de prevenção. “Muitas vezes a família é desestruturada, daí porque a escola é importante”, defendeu.

 

CFM debate os vários olhares sobre o uso da maconha

 


É possível uma convergência entre o pensamento das ciências sociais e da medicina sobre o uso da maconha? Essa foi a provocação feita pelo sociólogo e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) Maurício Fiore, que falou no Fórum sobre a Maconha, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), nos dias 28 e 29 de março, em Brasília. A fala do sociólogo sobre o olhar das ciências sociais sobre a cannabis fazia parte da mesa redonda “Maconha: os diversos olhares da sociedade”, realizada na manhã do dia 29.

Fiore admite que essa convergência é difícil. “Dentro da visão médica, há, por exemplo, a preocupação com os surtos psicóticos provocados pela droga. Já a sociologia vai se preocupar com um fenômeno social que provoca a violência e outros transtornos. Cada um tem o seu olhar, formado a partir dos consensos de cada campo do conhecimento”, argumentou. Apesar das diferenças, o sociólogo acredita que é possível encontrar pontos em comum “e eventos como o Fórum são o caminho”.

Em seguida, a coordenadora de fitoterápicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ana Cecília Bezerra de Carvalho, explicou sobre o processo de reconhecimento de um medicamento pelo órgão. “O registro de um medicamento dependerá da comprovação da eficácia e segurança a partir de testes clínicos. Não adianta dizer que a maconha é usada desde antes de Jesus Cristo, é preciso a comprovação científica”, argumentou.

Disse, também, que hoje no Brasil apenas um medicamento derivado da maconha foi liberado no Brasil porque só foi solicitado um registro. Segundo Ana Cecília, as farmacopeias japonesa, chinesa e alemã são hoje as mais avançados nos estudos sobre o uso do cannabidiol e do THC, derivados da maconha, para o tratamento de doenças. Há estudos que indicam bons resultados no tratamento de epilepsia, Parkinson, câncer e esclerose múltipla, entre outras doenças. “Porém ainda precisamos de estudos a longo prazo”, relatou.

O olhar do judiciário sobre o cannabis foi apresentado pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) Diaulas Ribeiro. “Fala-se que Portugal descriminalizou as drogas e não foi isso. O problema saiu do sistema judiciário, agora as penas são administrativas, como a prestação de serviços comunitários e a participação em cursos, mas não o incentivo ao consumo”, explicou.

O desembargador defendeu decisões judiciais favoráveis ao cultivo da maconha para uso medicinal, mas criticou a descriminalização do porte para uso recreativo, como pode vir a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho deste ano. “A solução não passa pela descriminalização, sem que seja dito como vai ser a venda”, criticou. Fazendo uma analogia com o uso de antibióticos, Ribeiro lembrou que o medicamento só pode ser usado com prescrição médica. “Não é porque eu quero, que posso comprar um antibiótico numa farmácia”. 

 

Mudança na Resolução CFM nº 2.113/14 será com base em evidências científicas

 

 

No encerramento do Fórum sobre a Maconha – causas, consequências e prevenção, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) nos dias 28 e 29 de março, em Brasília, o conselheiro Emmanuel Fortes, relator da Resolução CFM nº 2.113/14, que trata do uso compassivo do canabidiol no tratamento de epilepsias em crianças e adolescentes, adiantou que uma possível atualização da resolução será baseada no avanço da ciência, levando em perspectiva o isolamento das substâncias canabidiol e THC. “O CFM tem a responsabilidade de dizer o que o médico pode, ou não, fazer. Não podemos agir de acordo com os nossos desejos, nossas emoções, mas de acordo com as evidências científicas”, afirmou.

Emmanuel Fortes foi o moderador da mesa redonda “Maconha: quais são as evidências científicas dos riscos e benefícios no uso medicinal ou recreativo”, última atividade do Fórum. A primeira apresentação da mesa foi realizada pela presidente de honra da Associação Brasileira de Epilepsia e neurologista do hospital universitário da Universidade de São Paulo, Laura Guilhoto, que falou sobre as evidências científicas acerca do uso de medicamentos a base de THC e CBD (canabidiol). “São necessários mais ensaios clínicos”, concluiu a pesquisadora.

De acordo com Laura Guillhoto, revisões feitas internacionalmente mostraram que o uso do CBD melhorou a espasticidade em pacientes com esclerose múltipla, mas é ineficaz no tratamento do Parkinson e com eficácia desconhecida para a epilepsia. Já o medicamento Epidiolex, autorizado pelo FDA, melhorou os sintomas dos pacientes com Síndrome de Dravet. Estudo realizado na década de 1980 feito pelo professor brasileiro Elisaldo Carlini, da Unifesp, no uso do CBD para o controle de crise epilépticas mostrou-se eficaz, porém, o número de 16 pacientes é considerado pequeno. Ao final, ela ressaltou que um novo fármaco é muito bem-vindo e novas pesquisas, com um maior número de pacientes e por longo prazo, devem ser realizadas.

Em seguida, a professora do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Virgínia Carvalho, apresentou os estudos que estão sendo realizados no projeto Farmacannabis, coordenado por ela, que visa avaliar a segurança da terapia com extratos da cannabis, realizando a padronização e o controle. Após mostrar um panorama das pesquisas realizadas no Brasil sobre o uso da substância para o tratamento de epilepsia, ela defendeu o potencial terapêutico do produto no tratamento de doenças degenerativas. “Temos, no entanto, muitos desafios a superar. Por isso é importante que as pesquisas continuem sendo realizadas”, defendeu. Hoje, um dos principais problemas está na posologia indicada para cada paciente.

Medicina do desejo – Após apresentar um amplo levantamento sobre as pesquisas envolvendo o uso de canabinóides no tratamento de várias doenças, o conselheiro federal e psiquiatra Leonardo Sérvio Luz, defendeu a Resolução CFM nº 2.113/14. “Diante da falta de evidências científicas que comprovem a segurança e a eficácia dos canabinóides, só é aceitável, no momento, seu uso em ensaios clínicos controlados ou, no contexto do uso compassivo e na falta de alternativas terapêuticas em crianças e jovens adultos com crises epilépticas refratárias aos tratamentos usuais”, argumentou.

Leonardor Luz afirmou entender a posição de pais que lutam para que mais medicamentos, ainda em fase dos testes clínicos, sejam liberados, mas que há uma diferença entre a medicina do desejo e as evidências científicas. “Nós, como entidade responsável por dizer o que o médico pode ou não fazer, não podemos agir de acordo com o desejo. Temos de nos ater às pesquisas. E, por enquanto, a conclusão é que faltam estudos com um maior número de participantes e de longo prazo”, argumentou.

Preocupado com as consequências da liberação da maconha, o diretor médico do Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Ceatox) e assessor da OMS no programa de segurança de medicamentos, Anthony Wong, posicionou-se contra o uso da maconha, principalmente entre os jovens. “Nos estados americanos onde o uso recreativo foi liberado, houve três vezes mais suicídios, mais casos de depressões graves, de esquizofrenia, infarto e lesões pulmonares”, argumentou. Para o médico, os benefícios terapêuticos do uso da maconha são menores do que os malefícios.

O último palestrante do Fórum foi o psiquiatra e membro da Câmara Técnica de Psiquiatria do CFM , Juberty Antonio de Souza, que mostrou as contradições e conflitos sobre o tema. “Tanto o CFM como a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) somos contrários ao à liberação da maconha, por uma questão de saúde pública. É um tema que merece um amplo debate da sociedade”, afirmou.

 

 

 

Confira as apresentações feitas durante o evento:

 

Alberto José de Araújo
Ana Cecília Carvalho
Andrea Gallassi
Anthony Wong
Diaulas Ribeiro
João Paulo Lotufo
José Miguel Chatkin
Juberty de Souza
Laura Ferreira
Leonardo Luz
Maria Alice Fontes
Paulo Martelli
Ronaldo Laranjeira
Virgínia Martins
Zilá Sanchez