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 Durante o II Fórum de Geriatria, médicos debatem decisão compartilhada com o paciente

 

No tratamento geriátrico, nem sempre o mais é melhor. E, na tomada de decisões para o tratamento de pacientes com várias comorbidades, como geralmente são os maiores de 60 anos, é preciso analisar os prós e contras dos tratamentos disponíveis, levando em perspectiva a qualidade de vida do paciente. Essas foram as principais conclusões do II Fórum de Geriatria, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília (DF).

Na abertura do II Fórum, o presidente em exercício do CFM, Mauro de Britto Ribeiro, saudou os geriatras brasileiros e reafirmou o compromisso da autarquia de trabalhar em parceria com as sociedades de especialidades. Ressaltou, ainda, a importância do evento para o fortalecimento da especialidade. Já o coordenador da Câmara Técnica de Geriatria, Aldemir Soares, reforçou a necessidade da formação de mais especialistas. "A sociedade brasileira está envelhecendo e não temos especialistas em número suficiente para atender a população, o que atrapalha o próprio desenvolvimento da especialidade", afirmou. O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), José Elias Soares Pinheiro, adiantou que, devido ao envelhecimento da população brasileira, no ano que vem será proposto no congresso da entidade a extensão da geriatria para outros especialistas.

Choosing wisely – O professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador do programa de residência médica em geriatria do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Renato Gorga Bandeira de Mello, deu uma conferência sobre os princípios do Choosing Wisely, definido por ele como um grupo de médicos preocupados em oferecer o tratamento mais sábio para o paciente, que nem sempre é o mais caro, nem o que usa mais procedimentos. O Choosing Wisely começou em 2012 nos Estados Unidos a partir da percepção de que a falta de sabedoria na medicina é muitas vezes expressa na utilização exagerada ou inapropriada de recursos, indo ao encontro do paradigma de que menos é mais. Na sua apresentação, Bandeira de Mello apresentou os cenários da prática médica hoje, as causas que levaram a uma solicitação exagerada de exames e uma hipermedicação e as consequências do uso inadequado de produtos e tratamentos.

Entre essas consequências estão tratamentos nocivos, excesso de radiação e erros diagnósticos, com perda de foco em relação ao real problema do paciente. Segundo o conferencista, apesar de nos últimos anos ter ocorrido, por exemplo, um aumento no número de diagnósticos de casos de próstata, a mortalidade pela doença não diminuiu. Diante desse quadro, a choosing wisely propõe que as sociedades de especialidade sugiram procedimentos que não devem ser solicitados. Em cardiologia, por exemplo, os especialistas norte-americanos recomendaram a não realização de pesquisa de isquemia miocárdica de rotina em indivíduos assintomáticos. A apresentação de Bandeira de Mello pode ser acessada aqui.

Decisão compartilhada – O professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp) e membro da Câmara Técnica de Geriatria do CFM, Paulo José Fortes Villas Boas, abriu a mesa redonda sobre "Decisão compartilhada: médico – paciente ou responsável". Em sua fala, Villas Boas discorreu sobre os modelos da relação médico-paciente e defendeu que a decisão sobre a adoção de um tratamento seja tomada a partir de um diálogo entre o paciente e sua família. "A adesão será maior e os resultados serão otimizados", afirmou. Acesse aqui a apresentação de Paulo Villas Boas.

Em seguida, o professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais e criador do grupo de estudos Mais Evidências, Reginaldo Aparecido Valacio, falou sobre a necessidade de o médico ouvir o paciente. "Está evidenciado que a sociedade quer participar das decisões e quer transparência. É assim na política e na relação médico-paciente", defendeu.

Valacio propôs alguns caminhos que devem ser seguidos pelo médico para que seja alcançada a decisão compartilhada. É preciso trabalhar junto para que seja alcançado o melhor para o paciente; não deve haver um fechamento de questões; as informações devem ser repassadas de forma detalhada e a decisão deve ser focada no que for melhor para o paciente. "Muitas vezes o médico aspira a excelência, mas poucos pensam no que o paciente almeja", observou Valacio. Clique aqui para acessar a apresentação do professor da UFMG.

O preceptor de clínica médica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais e mestrando nessa mesma instituição, André Soares de Moura Costa, apresentou exemplos de casos clínicos em que a decisão sobre o melhor tratamento pode ser compartilhada. "Em algumas situações, o médico deve tomar a decisão, como o tratamento de pneumonia com antibióticos, mas em outras devemos mostrar as alternativas ao paciente", afirmou. Ele mostrou o exemplo de um homem de 62 anos que estava com estado depressivo, que precisava de antidepressivos. "Não se discute a necessidade do tratamento, mas devem ser dadas alternativas, levando em conta aspectos como outras doenças pré-existentes e até a situação financeira do paciente", exemplificou. Acesse, aqui, a apresentação de André Costa.

Para o presidente da mesa, Marco Polo Dias Freitas, ao se falar na mudança de paradigma na relação médico-paciente está se falando dos princípios da bioética, "de se respeitar a autonomia do paciente, da beneficência e não-maledicência".

Uso da via subcutânea - O encerramento do II Fórum de Geriatria, promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), foi marcado pela distribuição do livreto "O uso da via subcutânea em geriatria e cuidados paliativos", que tem o objetivo de divulgar o uso dessa via de acesso na aplicação de medicamentos em pessoas com "veias bailarinas" ou com dificuldade de deglutição. O livreto, editado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), pode ser acessado aqui. 

O acesso subcutâneo foi o tema da conferência "Hipodermóclise", ministrada pelo coordenador da residência médica em geriatria da casa gerontológica de aeronáutica brigadeiro Eduardo Gomes, Daniel Lima Azevedo, que mostrou os benefícios do uso da via subcutânea em pessoas idosas ou sob cuidados paliativos. "Essa é uma técnica centenária e de punção simples e rápida, não existindo motivo para preconceitos", afirmou. 

Segundo o geriatra, a curva de absorção do medicamento ministrado por via subcutânea se dá de forma mais lenta do que na aplicação intravenosa, o que torna essa via de acesso mais aconselhável para a administração de remédios em pacientes crônicos e com muitas dores. "A via subcutânea já me tirou em muitas situações de sufoco, quando tinha de dar assistência a pessoa em muito sofrimento", corroborou a geriatra Cláudia Burlá, que presidiu a conferência. A apresentação de Daniel Azevedo pode ser acessada aqui. Nela estão elencados os medicamentos que poderão ser administrados por via subcutânea. 

Telemedicina – A mesa redonda "Telemonitoramento do idoso não hospitalizado: limites, desafios, evidências e perspectivas" debateu a aplicação da telemedicina na geriatria. O professor da Faculdade de Medicina da USP e membro da câmara técnica de Informática em Saúde, Chao Lung Wen, mostrou como a telemedicina pode ser usada para a promoção da saúde. "Ela pode aumentar a resolução de doenças, o acompanhamento das condições físicas do paciente e a reabilitação domiciliar. Dizem que a telemedicina vai desumanizar a saúde, mas quem pratica a desumanização são as pessoas", argumentou. A apresentação pode ser acessada aqui.

O geriatra e professor da Faculdade Evangélica do Paraná Rubens de Fraga Júnior falou sobre as evidências e perspectivas do uso da telemonitoramento de pessoas idosas. Segundo Fraga, pesquisa realizada na Inglaterra comprovou que o uso de sensores remotos para medir sinais vitais em idosos reduziu em 45% a taxa de mortalidade e em 15% a internação hospitalar, além de outros indicadores positivos. "O telemonitoramento melhora os desfechos positivos, principalmente em pacientes crônicos", assegurou. Acesse aqui a apresentação de Rubens Fraga. 

Ao encerrar o II Fórum, o coordenador da Câmara Técnica de Geriatria, Aldemir Soares, ressaltou a necessidade de se regulamentar o telemonitoramento. "Temos de nos adiantar aos fatos, antes que o mercado o faça", defendeu. Segundo Soares, a telemedicina não restringiu o trabalho do radiologista, mas ampliou o mercado e a assistência ao paciente. O II Fórum de Geriatria foi gravado e em breve será disponibilizado para os médicos interessados.

 

 

Confira abaixo a playlist com os vídeos do evento e, logo em seguida, as apresentações (em PDF). 

 

 
CONFERÊNCIA: CHOOSING WISELY


Presidente: Marco Polo Dias Freitas - Membro da Câmara Técnica de Geriatria


Conferencista: Renato Gorga Bandeira de Mello - Membro do Choosing Wisely Brasil (Acesse apresentação em PDF)


MESA REDONDA: DECISÃO COMPARTILHADA: MÉDICO – PACIENTE OU RESPONSÁVEL

 

Presidente: Marco Polo Dias Freitas - Membro da Câmara Técnica de Geriatria

 

Valores do paciente: André Soares de Moura Costa - Membro do Grupo Mais Evidências

 

Padrão de atenção: Paulo Jose Fortes Villas Boas - Membro da Câmara Técnica de Geriatria (Acesse apresentação em PDF)

 

Entendimento da evidência: Reginaldo Aparecido Valacio - Criador do Grupo Mais Evidências (Acesse apresentação em PDF)

 

CONFERÊNCIA: HIPODERMÓCLISE

 
Presidente: Claudia Burlá - Membro da Câmara Técnica de Geriatria


Conferencista: Daniel Lima Azevedo - Secretário Geral da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Acesse apresentação em PDF)

 
MESA REDONDA: TELEMONITORAMENTO DO IDOSO NÃO HOSPITALIZADO: LIMITES, DESAFIOS, EVIDÊNCIAS E PERSPECTIVAS


Presidente: Paulo Matheus Pereira Nunes - Membro da Câmara Técnica de Geriatria

 

Limites e desafios: Chao Lung Wen - Membro da Câmara Técnica de Informática em Saúde (Acesse apresentação em PDF)

 

Evidências e perspectivas: Rubens de Fraga Júnior - Professor Titular da Faculdade Evangélica do Paraná (Acesse apresentação em PDF)

 

Distribuição do livreto "O uso da via subcutânea em geriatria e cuidados paliativos"

 

Aldemir Humberto Soares - Coordenador da Câmara Técnica de Geriatria
José Elias Soares Pinheiro - Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia